MINHAS ANTENINHAS DE VINIL ESTÃO DETECTANDO A PRESENÇA DO INIMIGO

Em seu seriado, o nosso “Polegar Vermelho” enfrentou diversos inimigos, em diversos lugares, em diversas épocas. Há quem diga que o Chapolin é covarde, mas a galeria de vilões dele é tão grande que dá para considerá-lo super corajoso.
Os embates clássicos começaram ainda na primeira temporada do programa. O dia era 30 de novembro de 1973, e o episódio da vez, O bandido, trouxe risadas sem fim para o público, uma promoção de viagem (ocorrida na época da exibição original) e um medo difícil de controlar para o Chapolin.

Na sinopse, o terrível pistoleiro Racha Cuca está de volta ao Velho Oeste, levando medo a todos que vivem em um povoado, roubando e saqueando o que bem entender, apesar de ser um pai amoroso. O único que pode enfrentá-lo é o Chapolin Colorado, que aproveita para pregar cartazes do concurso “Vamos à Disneylândia com o Polegar Vermelho”, zombar da cara do vilão e, claro, fugir do embate direto o máximo que der!

Entre tantos cenários incríveis por onde o Chapolin já passou — incluindo Egito, Vênus, taberna de piratas, selva, entre outros —, só há um lugar possível para encontrar todos os inimigos e ainda se divertir: justamente o Velho Oeste! Nesta sala, você poderá reviver o icônico episódio, com referências e informações sobre os principais vilões do seriado, em uma cenografia interativa inédita e, ainda, algumas surpresas. Sigam-nos os bons!

Quase Nada (Cuajinais)

Interpretado por Carlos Villagrán

Quase Nada — por vezes chamado de Tonhão, Chinesinho, Gorila e Fura-Tripa — é um sujeito mal-encarado que sempre se apresenta de roupa social, chapéu e arma na cintura. Sua grande característica é uma cicatriz abaixo do olho esquerdo, além de uma voz rouca. Um dos líderes da quadrilha criminosa que constantemente esbarra no caminho do Chapolin, Quase Nada range os dentes ao falar, dando a impressão de estar constantemente com raiva.

Nenê (Shory)

Interpretado por Rubén Aguirre

Nenê é outro membro da quadrilha criminosa. De grande estatura, também anda de terno e tem um envolvimento com Celina, também vilã. Sua personalidade não é tão singular, assemelhando-se à de Quase Nada, levando em consideração que ele aparece substituindo o colega de gangue em alguns remakes de episódios.

Tripa Seca

Interpretado por Ramón Valdés

O principal aliado de Quase Nada e um dos líderes da gangue, demora a aparecer no seriado, sendo um homem magricela que, como os colegas, sempre usa roupas sociais. No episódio Tripas de cera (1978), é revelado que ele e o Chapolin foram amigos na juventude, mas se afastaram em razão dos caminhos opostos que tomaram na vida.

Botina (Botija)

Interpretado por Edgar Vivar

O quarto membro da gangue tem um perfil similar ao de Nenê: aparece mais para suprir as ausências dos colegas. A diferença é que Botina surgiu nas telas pela primeira vez em 1973, antes da criação do Tripa Seca.

Mal-encarado, Botina se tornou membro da quadrilha tardiamente, ao ajudar Tripa Seca e Quase Nada em uma fuga, apenas por ser um grande fã da quadrilha, como dito no episódio Um bandido bastante morto (1975).

Celina (La Minina)

Interpretada por Florinda Meza

A vilã é aliada da gangue composta pelos quatro citados anteriormente. Celina se apresenta sempre com muitas joias e fumando em uma piteira. Sensual e atirada, já esteve envolvida com todos os membros da gangue e, por vezes, encarrega-se de tentar seduzir o Chapolin Colorado para que os bandidos tenham sucesso em seus planos. 

Em O estranho e misterioso caso do morto que morreu (1975), é esposa do Tripa Seca.

Racha Cuca (Rascabuches)

Interpretado por Ramón Valdés

O forasteiro mais temido de toda a região, Racha Cuca sempre aparece para tocar o terror e assaltar o banco de Vila Pequena — povoado onde se ambientam os episódios de Velho Oeste do seriado. Usa roupas de acordo com o “faroeste” estadunidense, com direito a chapéu, cinto, botas e coldre para sua arma.

É um dos maiores rivais do Polegar Vermelho no decorrer do seriado e pai de Rosa, a Rumorosa. Em A volta do renegado (1979), é chamado de Rasga Bucho.

Marlombríssimo Kid (Matonsísimo Kid)

Interpretado por Carlos Villagrán

O Marlombríssimo Kid é mais um forasteiro, aliado de Racha Cuca. Aparece em A lei da Marreta Biônica (1975) para libertar o colega e trava um duelo com o Chapolin Colorado no povoado. Não se tem grandes exposições sobre sua personalidade, mas sabe-se que ele é tão perigoso quanto o seu aliado.

Rosa, a Rumorosa
(Rosa, la Rumorosa)

Interpretada por Florinda Meza

A filha de Racha Cuca conserva algumas características de Celina, entre elas, sua sensualidade e o flerte com o Chapolin Colorado. É uma moça jovem, sempre capaz de usar sua influência e beleza a seu próprio favor. Aparece com o pai quando o personagem vai “trabalhar” em Vila Pequena.

Alma Negra

Interpretado por Ramón Valdés

O pirata mais perigoso dos sete mares, responsável por matar o Mar Morto, é o líder de um grupo de piratas. Figura perigosa que sempre opta por eliminar os integrantes da tripulação que o ajudam a enterrar o tesouro. Seu fiel escudeiro é o Matadouro, que posteriormente aparece como um rival. Ele é tão desconfiado que não acredita nem em sua própria sombra, por sinal!

Em Os piratas (1975), ele aparece vivo, mas em episódios posteriores, como O tesouro do pirata fantasma (1975), O cofre do pirata (1976) e Confusão nas estrelas (1976), ele aparece como um fantasma.

Poucas Trancas (Pocas Trancas)

Interpretado por Rubén Aguirre

É um dos gângsters que pouco aparece ao longo do seriado, em apenas quatro episódios. Em dois deles, regravados entre as temporadas, o personagem tem um desvio de sua característica habitual, convertendo-se em louco que finge ser surdo-mudo.

O Abominável Homem das Neves (El Abominable Hombre de las Nieves)

Interpretado por Ramón Valdés

O Iéti, também conhecido como Abominável Homem das Neves, parte de uma lenda cultural existente, é uma criatura metade homem, metade animal, que aparece em regiões montanhosas para assustar possíveis excursionistas. Caminhando de maneira arrastada e coberto de pelos brancos, no fim da história revela-se que o monstro não passava de um ator contratado para atrair os turistas à região.

Bruxa Baratuxa (La Bruja Baratuja)

Interpretada por María Antonieta de las Nieves

A Baratuxa é uma bruxa velha e feia, de nariz grande e várias verrugas no rosto. Ela faz diversos feitiços e quer casar seu filho com a “simples camponesa de nobre coração que vai todos os dias ao bosque recolher lenha”. Ela fala de maneira gritada, tem uma risada maléfica e realiza todos os seus feitiços através da palavra cabalística parangaricotirrimirruaro.

Almôndega (Albóndiga)

Interpretado por Edgar Vivar

O Almôndega é um bandido com uma habilidade impressionante: consegue se disfarçar de qualquer pessoa, independentemente de suas características físicas. Embora apareça inicialmente com o corpo de Edgar Vivar, tem a voz de Ramón Valdés (inclusive na versão dublada). Sua ação se dá quando o neto de Dona Neves quer promover um atentado contra a própria avó para ficar com a herança.

DETALHANDO O SERIADO

A inspiração de Chespirito para criar o Chapolin não foi apenas “satirizar os heróis dos quadrinhos norte-americanos”. Mais especificamente, Chespirito parodiou a série Adventures of Superman, exibida originalmente de 1952 a 1958 na TV americana. Se na abertura original do Chapolin temos um comparativo do herói com animais e objetos que não seriam muito “elogiáveis” (“Mais ágil que uma tartaruga! Mais forte que um rato!”), a abertura da série do Superman, por sua vez, tinha uma locução com a passagem “Mais rápido que uma bala! Mais poderoso que uma locomotiva!”.

O primeiro episódio do seriado solo do “Chapolin Colorado” foi ao ar em 28 de fevereiro de 1973, começando com o quadro de introdução Um boneco muito vivo, onde Chespirito vive um boneco de ventríloquo, e A casa mal-assombrada, de fato o episódio principal, com o Chapolin Colorado assustando-se em uma mansão antiga. O programa (quase) sempre tinha uma introdução de algum outro personagem antecedendo a trama principal. O personagem que mais aparecia nessas ocasiões era o Dr. Chapatin.

Com o sucesso, Chapolin Colorado tornou-se o primeiro programa da televisão mexicana a ser exportado para exibição em outros países. Tal feito, que só viria a se tornar comum com as novelas, fez do personagem um símbolo de representação da cultura local, sendo acolhido, amado e admirado em toda a América Latina.

Durante a gravação do episódio Vinte mil beijinhos para não morar com a sogra (1979), Chespirito, ao saltar entre escombros de um cenário de construção, acaba se acidentando, cortando seu supercílio em uma ripa de madeira. Tal incidente fez o ator entender que era preciso dar um fim ao seriado. Em 26 de setembro de 1979, após impressionantes 291 episódios, divididos em sete temporadas, o Chapolin Colorado despediu-se do público com seus companheiros de trabalho no episódio A despedida de Chapolin, com menções à equipe técnica e aos ex-colegas Carlos Villagrán e Ramón Valdés, que já não faziam parte do grupo comandado por Roberto Gómez Bolaños.

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