Os personagens de Chaves não seriam tão especiais sem uma parte fundamental da composição deles em cena: o figurino.

Nos primórdios da obra, quando Chaves ainda era uma pequena parte do programa Chespirito, o garoto é visto com uma camiseta amarela e calças azuis. Seu Madruga, que também usa uma camiseta amarela, aparecia com uma boina, em vez do clássico chapéu. Até a Chiquinha, veja só, tinha um belíssimo e pomposo vestido branco.

A verdade é que, como tudo nas principais criações de Roberto, as coisas evoluíam conforme a necessidade e, claro, com o orçamento disponível. À época, mesmo se tornando um seriado de sucesso, Chaves não contava com um departamento para cuidar dos figurinos na emissora. Todo o vestuário vinha, em grande parte, dos próprios membros do elenco. A outra alternativa era recorrer à Casa Tostado, uma loja de confecção e aluguel de roupas, fantasias e adereços, que funciona até hoje na Cidade do México.

Cabe destacar que um departamento específico para figurinos só foi surgir em meados da década de 1980, quando Chaves já era — mais uma vez — apenas um quadro de Chespirito. Por isso, é comum o público brasileiro estranhar as roupas dos personagens vistas em fotos e vídeos das décadas de 1980 e 1990, já que a maior parte dessa fase segue inédita por aqui.

Ainda assim, entre 1977 e 1979, uma melhor organização da equipe de produção resultou no visual (praticamente) definitivo dos personagens. É esse o período retratado aqui, reimaginando um grandioso ensaio nos bastidores do seriado em seu auge.